terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Tudo se repete

Quando era criança, tinha a ideia que conseguia ter muitos amigos.
Não era pretenciosa ao ponto de achar que ia ter muitos amigos, só para dizer que tinha muitos. Mas porque na minha cabeça não fazia qualquer sentido ter inimigos, ou não gostar de alguém só porque sim.

A minha mania de ser amiga de todos trouxe-me alguns dissabores. E depressa percebi que o ser humano é interesseiro, e só quando lhes convém é que são teus amigos.

Antes da escola primária tinha uma amiga que morava no mesmo prédio que eu. Da mesma idade era normal que lá combinássemos umas brincadeiras juntas, na minha ou na casa dela.
Mas, ao entrarmos para a escola primária, essa minha suposta amiga revelou-se uma pessoa totalmente sem escrúpulos. Na minha inocência de criança passava intervalos sozinha, porque se a minha amiga não queria brincar comigo, eu também não queria estar com mais ninguém. Esta minha vontade de isolamento é algo que transporto até aos dias de hoje. Quando não estou bem... isolo-me!

Rapidamente os anos passaram, e nunca mais falei com tal pessoa. Quatro anos de primárias, mais 5 de preparatória. Nunca, mas nunca mais tive qualquer laço de amizade com tal pessoa... E o mais engraçado foi, quando no 9º ano, a dita criatura se chateou com as amigas e veio meter conversa comigo... Ai que azar o dela... disse-lhe tudo, o quão interesseira, hipócrita, falsa era. Não sei o que pretendi com aquilo, mas ainda hoje sou assim. Digo o que tenho a dizer, na hora e altura certa. Mesmo que magoe essa pessoa. Digo porque não me fica nada entalado, nem que demore 9 anos a deitar tudo cá para fora.

No meu secundário não tive propriamente casos semelhantes. Foram sem dúvida os melhores 3 anos escolares da minha vida. Todos se davam bem, todos... mesmo todos!

Ao entrar na faculdade caí no erro de achar que todas as pessoas eram como eu. Enganei-me uma vez mais.
Desde colegas que nem um "bom dia" me diziam. Até outras que falavam bem, e acabaram a faculdade sem me falar.

Um dia disseram-me, que com tantos casos, talvez o problema seja eu.
Percebi que não. Percebi que estes episódios acontecem a todos. A única diferença é que eu me lembro. Que isto me afecta. Que eu realmente deposito a minha fé nas pessoas. Que eu realmente acho que quando confio em alguém, e que esse outro alguém também confia em mim.
A desilusão com as pessoas faz parte de mim. Tornou-me desconfiada nas relações. Obriga-me a estar sempre de pé atrás.
Não é saudável.

E depois de tudo isto, eis que esta manhã, leio por curiosidade um livro sobre vidas passadas e os signos... Ai o carma...

"Serão lhes mostrado mais frequentemente a sordidez da humanidade, o sofrimento da vida e os mistérios da morte."...
a isto eu digo... "Fanfástico".
E aparentemente, eu, escorpiana do primeiro decanato, estou actualmente a cumprir um carma por uma vida mundana que tive no passado... 



.sad

1 comentário:

  1. Olha.. agora fiquei com curiosidade nesse livro. Identifiquei-me com cada uma das palavras que escreveste e no fim, pimbas.. "escorpiona" do primeiro decanato - presente!

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