quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Os 2 lados da moeda

Há uma altura da nossa vida em que realmente percebemos que tudo tem dois lados. Quando era pequena acreditava que todas as pessoas eram genuinamente boas... Não concebia que existissem pessoas más, e quando me desiludia com alguém o meu mundo desabava.
Nos meus últimos 2 anos tenho olhado para tudo e todos com desconfiança e uma negatividade assustadora.
É raro aceitar que haja alguém que possa considerar "boa pessoa". O ser humano é na sua natureza um animal egoísta e cada vez mais malicioso com os que o rodeiam.
É curioso que numa fase boa da nossa vida, em que a nossa felicidade transborda por nós, haja cada vez menos pessoas que nos sorriam.
Curioso que haja tantos falsos amigos, à espera de uma oportunidade para nos espetar uma faca nas costas, e nessas alturas aparecem 2 ou 3 para ajudar à festa.
Aos trinta anos enfio a carapaça e torno-me cada vez mais fria a estranhos. Estou farta de desiluções. Sempre fui de prefirar estar sozinha a estar mal acompanhada, é coisa genética certamente.
Lembro-me quando tinha uns 10 / 12 anos, e ia brincar com os meus amigos para a rua... Havia pelo menos uma criatura de quem não gostava (por nenhum motivo especial). E lembro-me quando me tocavam à porta para ir brincar e a personagem lá estava arranjava uma desculpa e não ia.... Sempre fui assim. Evito as pessoas que me enchem com carga negativa, enquanto fico sozinha no meu mundo depressivo e introspectivo.
Há no entanto em mim, algo da minha infância que permanece vivo. A dificuldade em perceber o porquê de um amigo não ser amigo (no verdadeiro sentido da palavra).
Não entendo porque nos magoamos constantemente uns aos outros, de onde vem esta malícia toda... E depois lembro-me dos casos em que pais violam os próprios filhos e percebo que a maldade está instrinseca ao ser humano. Uns controlam-na, outros canalizam-na para outras ações, e há os fracos que deixam que ela flua livremente e sem travões.
Eu continuo no meu mundo, prefiro morrer do meu próprio veneno que dar o prazer a que alguém me dê um arranhão que seja.
Estupidamente orgulhosa... e pateticamente orgulhosamente só.
 

Sem comentários:

Enviar um comentário